Manter um lar verde e repleto de plantas traz inúmeros benefícios: melhora a qualidade do ar, contribui com a decoração e promove bem-estar. No entanto, algumas plantas tóxicas para cães e gatos podem fazer com quem tem animais de estimação precisar estar sempre muito atento. A ingestão acidental de folhas, flores ou até seiva pode causar desde leves irritações até envenenamento grave.
Neste artigo, você vai descobrir quais plantas são perigosas para os pets, os sintomas mais comuns de intoxicação, dicas de prevenção e alternativas seguras para cultivar em casa sem preocupações. Afinal, a harmonia entre natureza e animais é totalmente possível com as escolhas certas.
Por que algumas plantas são tóxicas para pets?
Plantas desenvolveram, ao longo da evolução, mecanismos de defesa para evitar serem devoradas por herbívoros — inclusive animais domésticos. Essas defesas podem estar na forma de compostos químicos como alcaloides, glicosídeos, oxalatos de cálcio e saponinas, que, quando ingeridos, provocam reações tóxicas no organismo dos pets.
Além disso, cães e gatos são naturalmente curiosos. Cães costumam mastigar folhas e flores por tédio ou para explorar o ambiente. Já os gatos são atraídos por texturas e movimentos de plantas, como folhas pendentes ou galhos flexíveis.
Plantas tóxicas mais comuns em casas brasileiras
Abaixo, listamos as principais plantas tóxicas para cães e gatos, incluindo os nomes populares e científicos, os riscos à saúde e os sintomas associados. Fique atento: muitas delas são extremamente comuns em residências e jardins.

1. Comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia spp.)
- Toxina: Oxalato de cálcio
- Sintomas: Irritação na boca, salivação excessiva, vômitos, dificuldade para engolir, inchaço na língua e garganta.
- Perigo: Alto — pode causar obstrução das vias respiratórias.
2. Lírio (Lilium spp. e Hemerocallis spp.)
- Toxina: Substância ainda não completamente identificada
- Sintomas (em gatos): Insuficiência renal aguda, vômitos, apatia, perda de apetite.
- Perigo: Muito alto — pequenas quantidades podem ser fatais para gatos.
3. Espada-de-São-Jorge (Sansevieria trifasciata)
- Toxina: Saponinas
- Sintomas: Náuseas, vômitos, diarreia.
- Perigo: Moderado — raramente fatal, mas causa desconforto.
4. Antúrio (Anthurium spp.)
- Toxina: Oxalato de cálcio
- Sintomas: Irritação oral intensa, salivação, dificuldade de engolir, vômitos.
- Perigo: Alto — sintomas podem evoluir rapidamente.
5. Bico-de-papagaio (Euphorbia pulcherrima)
- Toxina: Seiva irritante (látex)
- Sintomas: Irritação na pele e mucosas, vômitos, coceira.
- Perigo: Moderado — cuidados com contato e ingestão.
6. Costela-de-Adão (Monstera deliciosa)
- Toxina: Oxalato de cálcio
- Sintomas: Queimação na boca, vômitos, inchaço da língua.
- Perigo: Moderado a alto — dependendo da quantidade ingerida.
7. Azaleia (Rhododendron spp.)
- Toxina: Grayanotoxina
- Sintomas: Vômitos, salivação, diarreia, fraqueza, convulsões.
- Perigo: Alto — pode levar à morte.
8. Copo-de-leite (Zantedeschia aethiopica)
- Toxina: Oxalato de cálcio
- Sintomas: Dor bucal, vômitos, salivação.
- Perigo: Moderado a alto.
9. Ficus (Ficus benjamina, F. elastica e outros)
- Toxina: Seiva irritante
- Sintomas: Irritação na boca, problemas digestivos, coceira.
- Perigo: Moderado — atenção especial ao látex da planta.
10. Tulipas e narcisos (Tulipa spp. e Narcissus spp.)
- Toxina: Alcaloides e oxalatos
- Sintomas: Náuseas, vômitos, tremores.
- Perigo: Alto — bulbos são os mais tóxicos.
O Portal Universo Bicho trouxe uma matéria específica sobre “Você sabe identificar as plantas tóxicas para pets e proteger seu animal de estimação?” O que você acha de aproveitar e dar uma lida e entender mais como identificar as Plantas Tóxicas?
Sinais de intoxicação em cães e gatos
Identificar rapidamente os sinais de que o seu pet ingeriu uma planta tóxica pode ser a diferença entre a vida e a morte. Fique atento aos seguintes sintomas de envenenamento em cães e gatos:
- Salivação excessiva
- Vômitos ou diarreia
- Apatia ou letargia
- Dificuldade para respirar
- Tremores ou convulsões
- Pupilas dilatadas
- Irritação na boca (inchaço, vermelhidão, dor ao mastigar)
- Dificuldade para engolir ou comer
Se observar algum desses sinais e suspeitar da ingestão de uma planta, procure imediatamente um veterinário. Leve uma amostra da planta, se possível, para facilitar o diagnóstico.
Como evitar acidentes com plantas tóxicas?
Manter cães e gatos seguros em um ambiente com plantas exige atenção e medidas preventivas simples, mas eficazes. Muitos tutores desconhecem os riscos que determinadas espécies representam e só percebem o perigo quando o pet já apresenta sintomas de intoxicação. Para evitar esse tipo de situação, é essencial adotar um conjunto de boas práticas. A seguir, veja como prevenir acidentes com plantas tóxicas em casa:

1. Pesquise antes de adquirir qualquer planta
Antes de comprar ou ganhar uma nova planta, verifique sua toxicidade para pets. Utilize fontes confiáveis como sites de clínicas veterinárias, universidades ou organizações como a ASPCA (American Society for the Prevention of Cruelty to Animals). Você também pode buscar listas atualizadas de plantas tóxicas para cães e gatos ou consultar especialistas em jardinagem que conheçam sobre convivência entre plantas e animais.
2. Identifique as plantas que você já tem
Muitos lares brasileiros possuem plantas decorativas como antúrios, lírios ou comigo-ninguém-pode sem saber que são altamente tóxicas. Faça um inventário das espécies que você já cultiva em casa, principalmente aquelas em ambientes internos ou acessíveis aos pets. Se identificar plantas perigosas, considere substituí-las por alternativas seguras ou reorganizá-las em locais inacessíveis.
3. Posicione corretamente as plantas perigosas
Se você decidir manter plantas tóxicas, certifique-se de que estejam fora do alcance dos animais, especialmente gatos, que são ótimos escaladores. Algumas estratégias úteis incluem:
- Prateleiras altas e suspensas
- Jardins verticais inacessíveis
- Vasos pendurados no teto
- Estufas fechadas ou jardins internos com acesso restrito
Evite deixar vasos no chão ou em locais de fácil acesso, como mesinhas, estantes baixas ou peitoris de janelas.
4. Use barreiras físicas ou repelentes naturais
Se seu animal tem o hábito de mastigar plantas, instale barreiras físicas, como grades de proteção ou telas. Existem também repelentes naturais que podem ajudar a afastar pets de determinadas áreas. Entre os mais usados estão:
- Vinagre diluído em água (borrifado ao redor dos vasos)
- Casca de frutas cítricas (como limão ou laranja) no solo dos vasos
- Pimenta caiena em pequena quantidade ao redor do vaso (atenção ao uso moderado)
Essas soluções não são agressivas, mas ajudam a desencorajar o contato com as plantas.
5. Eduque o comportamento do seu pet
Muitos cães e gatos mordem plantas por tédio, ansiedade ou curiosidade. Oferecer brinquedos interativos, arranhadores, petiscos naturais e enriquecimento ambiental ajuda a reduzir o interesse pelas plantas. No caso de cães, o adestramento também pode ser eficaz com comandos como “não” ou “larga”.
Além disso, cães que mastigam plantas podem estar buscando alívio gastrointestinal ou sentindo falta de fibras na dieta. Consulte um veterinário para avaliar possíveis ajustes nutricionais.
6. Evite plantas tóxicas no jardim externo
Mesmo que seu pet passe pouco tempo ao ar livre, o jardim deve ser um espaço seguro. Evite cultivar espécies como azaleias, bico-de-papagaio ou costela-de-adão diretamente no chão. Caso prefira mantê-las, delimite espaços com cercas ou canteiros elevados inacessíveis aos animais.
7. Tenha um plano de emergência
Se mesmo com todos os cuidados ocorrer uma ingestão acidental, saber agir rapidamente é essencial. Mantenha os telefones do veterinário e de um hospital 24h sempre à mão. Ao levar seu pet para atendimento, leve uma foto ou amostra da planta ingerida. Isso agiliza o diagnóstico e o tratamento correto.
Alternativas seguras: plantas pet friendly
Felizmente, existem muitas opções de plantas não tóxicas para cães e gatos. Elas embelezam o ambiente sem oferecer riscos à saúde dos bichinhos. Veja algumas sugestões:
- Palmeira Areca (Dypsis lutescens)
- Maranta (Maranta leuconeura)
- Calatéia (Calathea spp.)
- Peperômia (Peperomia spp.)
- Bambu-da-sorte (Dracaena sanderiana) (atenção: algumas variedades de Dracaena são tóxicas, confirme antes da compra)
- Orquídeas (Orchidaceae spp.)
- Fitônia (Fittonia spp.)
- Ervas como alecrim, manjericão e hortelã — além de seguras, são aromáticas e funcionais!

Conclusão: equilíbrio entre natureza e bem-estar animal
Ter um lar repleto de verde e, ao mesmo tempo, garantir a segurança dos seus pets é totalmente possível — basta fazer escolhas conscientes. Como vimos, muitas das plantas tóxicas para cães e gatos estão presentes em lares brasileiros, mas com um pouco de informação e cuidado, é possível evitar acidentes graves.
Antes de trazer uma nova espécie para casa, pesquise sua toxicidade para animais. Caso já tenha algumas das espécies listadas neste artigo, considere substituí-las ou reposicioná-las em locais inacessíveis. E lembre-se: o comportamento do pet também pode indicar se há algo errado. Ao menor sinal de intoxicação, procure imediatamente um veterinário.
Plantas e pets podem conviver em perfeita harmonia — e você, como tutor consciente e amante da natureza, é peça-chave para tornar isso realidade. Aproveite e una esse seu amor pelos bichos com o cultivo de Plantas fáceis de se cultivar! Veja esse nosso artigo sobre o assunto!
Conteúdo muito completo! Adorei!!
Não sabia sobre as plantas que não pode ter em casa com o pet, adorei saber.